Goodluck Jonathan foi recebido pelo seu homólogo guineense, o Presidente de Transição Manuel Serifo Nhamajo, com quem pretende abordar, sobretudo o desenrolar do processo de transição na Guiné-Bissau.
Logo após a sua chegada, Presidente Goodluck Jonathan foi depositar uma coroa de flores junto ao túmulo de Amílcar Cabral, na Fortaleza da Amura, em Bissau.
Presidente nigeriano Goodluck Jonathan e PRT Manuel Serifo Nhamajo na Fortaleza da Amura
No seu discurso, o chefe de estado nigeriano pediu à União Africana e à Uniao Europeia o levantamento de sanções contra a Guiné-Bissau, como forma de minimizar o sofrimento do povo guineense e prometeu a continuação dos apoios técnicos e financeiros da CEDEAO e da Nigéria.
Entretanto, à luz dos acontecimentos que culminaram com o assassinato de um cidadão nigeriano, Goodluck Jonathan pediu às autoridades do país no sentido de responsabilização dos autores desse crime a 8 de Outubro, assim como da vandalização da embaixada da Nigéria na Guiné-Bissau. Todavia, ele garantiu que esses incidentes do mês passado não irão afectar as relações entre Abuja e Bissau.
A agenda do Presidente nigeriano prevê também encontros com o PRT Manuel Serifo Nhamajo e outros elementos do Governo de Transição.
Antes de deixar o país, Goodluck Jonathan terá um encontro com a comunidade nigeriana residente em Bissau e participará numa conferência de imprensa conjunta a ter lugar no Aeroporto Internacional Osvaldo Vieira.
Já ontem, quinta-feira, falando à imprensa, Serifo Nhamajo voltou a lembrar aos jornalistas de que “o processo de transição é um processo” e usando a sua analogia, este processo é “como um barco que vai para Bubaque. Ele enfrenta marés altas, mas vai-se navegando até chegar, mas nunca se navegará numa linha recta. Vamos enfrentar todos esses elementos, mas aí vamos”.
As afirmações de Nhamajo vão ao encontro às dificuldades que a Guiné-Bissau tem enfrentado nos últimos meses, na medida em que as autoridades vão tentando organizar o processo eleitoral que será visto como o culminar do retorno à normalidade constitucional. E com o Presidente Jonathan, Nhamajo irá profundamente analisar o ponto de situação do país e disse estar pronto para informar àquele que é também o Coordenador do Grupo de Contactos para a Guiné-Bissau, no quadro da CEDEAO, sobre as audições partidárias em curso para a marcação da data das eleições. “Estou a concluir as audições e já tenho dados projectados que vamos analisar” com o Presidente Nigeriano, revelou Serifo Nhamajo.
Mas, lá para além do Coordenador do Grupo de Contactos para a Guiné-Bissau, na perspectiva de Nhamajo, Goodluck Jonathan está na Guiné-Bissau “como um Presidente amigo da Guiné-Bissau e virá como, acima de tudo, um africano que quer contribuir para a paz na Guiné-Bissau”.
Durante a sua visita à Guiné-Bissau, Goodluck Jonathan e Serifo Nhamajo poderão analisar algumas possibilidades de cooperação bilaterais nalgumas áreas de interesses nacionais dos dois países. “Vamos assinar um protocolo bilateral para que a Guiné-Bissau tenha mais portas de intercâmbio comercial”, disse Serifo Nhamajo, sem avançar com mais detalhes.
A República da Nigéria tem sido uma das maiores apoiantes das autoridades de transição da Guiné-Bissau, quer através dos meios financeiros, quer através da força multinacional da Comunidade Económica de Estados da África Ocidental (CEDEAO), a ECOMIB. Para além da Nigéria, fazem parte dos cerca de 700 elementos da ECOMIB, militares e polícias oriundos do Senegal, do Togo, e de Burkina-Faso.
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